domingo, 27 de fevereiro de 2011

Senhora e Senhor do semáfro.

Fotografia de Sara Alvarrão.
Na quinta-feira passada, e no sábado passei na Gulbenkian, e cada vez que os carros paravam, estava um homem e uma mulher na passadeira a fazer habilidades, a mulher tinha os olhos cor de agua, azuis clarinhos, e o homem tinha uma barba farfalhuda, e o facto de a mulher manobrar uma bola de vidro, nos braços sem deixar cair, fazia-me arrepios, estava a ganhar a vida com um espectáculo de 2 minutos, para ai e o homem fazia malabarismo, o facto de a mulher não pedir dinheiro nos carros mas só lá ir quando lhe abriam o vidro e lhe estendiam a mão, e lhe davam umas moedas pretas, que as pessoas do dia há dia que andam na cidade nem as vem nas carteiras e nos bolsos, a mulher ficava toda feliz, e agradecia com um sorriso rasgado, virava costas e deixava os carros passar, esperando ansiosamente o próximo sinal vermelho, se pudesse ficava a olhar para aquelas duas pessoas imenso tempo, inspiram-me pelo simples facto de eu saber que estão ali a ganhar a vida de uma forma digna, os movimentos repentinos que eles faziam para não desanimar o publico que esperava rapidamente o sinal verde para não abrirem o vidro e terem que dar uma moeda, e mesmo muitas das vezes apenas apreciavam nem sequer abriam o vidro para dar uma moeda que fosse 5 cêntimos, e lá estavam aquelas duas pessoa numa correria de um vaivém, constante, para poderem ter ao menos dinheiro para comer, senti-me bem por ter dado dinheiro àquela mulher que me ficou na cabeça, e me inspirou bastante, acho que o ser humano e até o individuo devia ligar nem que fosse 20 segundos da sua vida a pessoas como estas!

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