terça-feira, 30 de novembro de 2010

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Pensava nunca mudar a minha atitude, pensava que aquele dia nunca iria ser novamente igual, e por um lado não foi, nem nunca há-de ser, mas a grade pedra que trazia as costas fez com que eu ficasse mais leve, em apenas dizer o que sentia, mas parece que tudo se mudou de uma forma magnifica, foi como apertar uma esponja e sair espuma, agradeço o facto de tudo ficar ‘bem’, porque ‘bem’ nunca nada irá ficar, apenas ficará remediado, a partir daquele dia a demonstração de amor foi grandiosa, pelo facto de apenas haver uma palavra «desculpa», apesar mesmo que sei que o individuo mais próximo de mim tenha uma opinião diferente (não refiro nomes para não ferir sugestibilidades), admiro o facto de tudo parecer diferente, desde a 3 meses para cá, mas ao mesmo tempo é estranho, é estranho desabituarmo-nos de uma coisa e voltarmos a habituar nos á mesma coisa quando fizemos um grande esforço para a esquecer, mas impossivelmente, isso é possível, acreditei, senti saudades e raiva, mas saberia que nunca iria guardar rancor, apenas pelo facto de que um dia me iriam tratar melhor, não sinto falta do que tinha nem muito menos do que irei a vir a ter. No sonhos fui visitada muitas vezes por coisas que nunca esperava ver, tenho apenas 15 anos, sei um quarto da vida, vivo de uma maneira diferente, para que posso nunca desiludir os que me são queridos, tenho medo de perder alguém por minha pura estupidez, não vamos ser cínicos ao ponto de fingir que um dia tudo vai ser um mar de rosas porque não vai, um dia disseram-me que os meus textos são uma plena ESTUPIDEZ, pois começo o texto como uma ideia e acabo com outra, mas voltando ao que estava a dizer, consegui ver metade do meu coração a partisse em mil pecados, como vi ela a rejuvenescer com uma força bruta, tenho saudades da minha infância, como estou farta de ouvir «se senti-mos saudades é porque o passado valeu a pena», e então? Á de ser sempre o passado que nos vai voltar para massacrar o presente, tenho uma ideia muito vaga do que possa ser esse mesmo futuro, apenas tenho a esperança que seja risonho e que ninguém me o tire de vista, vejo-o mais ou menos quando estou dentro no nevoeiro e não sei por onde ir, o o que mais me atrai para a vida, é os segredos dela, sem pensar nas consequências, a adrenalina de viver a vida, com imensas expectativas, com imenso positivismo, gosto dos desafios que a vida me propõem, nunca digo «não» a nenhum deles, tento viver de expectativas, para que a chegada do futuro seja mais ansiosa, adoro saber que a vida me reserva milhões de surpresas, mas depois de dizer isso tudo continuo a pensa que quero ser assim, quero ter vontade de amar mais e mais, quero ter vontade de dizer que «não» quando querem ouvir um «sim», quero ter vontade de fazer tudo aquilo que os outros não dizem, quero voltar a andar descalça na rua no Verão, quero olhar para o rio e abrir os braços, para que dê um verdadeiro abraço a manhã, para que o dia e a noite me sorriam, quero ficar no pensamento de toda a gente que me marca a vida, quero voar sem limites, quero fazer isto tudo, porque muitas das vezes as pessoas ‘desaparecem’ e não temos hipóteses de dizer tudo aquilo que corre nas nossas veias do cérebro, não quero deixar nada para depois, quero que o dia de hoje se faça o de amanhã e que nunca haja grandes expectativas de que haja tristeza em mim, não deixe-mos nada por dizer, nem por fazer, porque afinal o que é a vida sem fazer/dizer o que mais queremos? NADA!

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